quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Como fazer uma boa comunicação com carro de som



Será que todo mundo entende que cada veículo de comunicação tem sua característica? E que esta, se não respeitada, não alcança o seu objetivo? Isso deveria ser óbvio, mas não é. Senão o carro de som não seria tão mal utilizado, principalmente durante as campanhas eleitorais.

Na Física, estudamos sobre a velocidade do som. Como a maioria de nós não lembra, exceto quem continua estudando ou trabalhando na área, fui pescar no Google  uma informaçãozinha básica.

Temos o seguinte. A velocidade do som no ar depende da temperatura a que este se encontra e é habitual utilizar-se nos cálculos o valor de 340 m/s. Isto significa que, em média, uma onda sonora propaga-se a 340 metros a cada segundo que passa.

Encontrei também que, de acordo com a física acústica, no espaço livre a intensidade de energia da onda diminui na medida em que ela se afasta da fonte sonora. Quando é dobrada a distância entre a fonte e o receptor, a intensidade do som cai 6 dB em campo livre.
 Trazendo a questão pra o carro de som, poderíamos dizer temos uma distância média para que a mensagem seja propagada e percebida por uma pessoa que esteja nas imediações. Mas, como o carro está em movimento, nem sempre em baixa velocidade, significa que o som se afasta rapidamente da primeira pessoa e se aproxima de outra. Afasta-se desta e se aproxima de outra. E mais. E mais. A depender dessa velocidade, a mensagem dificilmente será ouvida na íntegra. Dificilmente entendida também. Sim, dificilmente, pois quanto mais o carro se afasta, menos audível fica o som.

Aí eu passo de carro em plena Av. Luiz Viana Filho – a Paralela – e vejo diversos carros de som de candidatos a vereador e a prefeito circulando em velocidade que varia de 80 a 100 km/h, soltando ao vento as ondas sonoras dos jingles de campanhas. Tá certo que a Paralela vive uma intensa expansão imobiliária, mas os prédios não ficam colados às suas margens, como em outras ruas. Quem está ouvindo os jingles e as mensagens, então? A única vantagem, nesses casos, é que os carros são plotados com as fotos e os números dos candidatos; assim, as pessoas que trafegam em outros carros e ônibus estão vendo. Agora, convenhamos: se fosse só pra isso não precisava de caixas de som e de poluição sonora, né não?
Então, se quer alcançar bons resultados com o carro de som, algumas regrinhas tem que ser seguidas. Primeira: faça um texto curto e objetivo, sem esquecer de todas as informações – o que ou quem, quando, onde e como.  Segunda: equilíbrio no volume. Assim as pessoas não ficarão irritadas cada vez que o carro passar por suas portas. Nem preciso lembrar que tem que diminuir a quase nada o volume quando passar na frente de hospitais e escolas.Terceira: se na sua cidade não houver proibição de o carro de som ficar parado com som ligado, opte por fazer pequenas paradas e deixar rolar (ops, tocar) a mensagem inteira. Intercale com uma música legal e passe a mensagem umas três vezes. Faça essas paradas a cada 500 metros. No máximo a cada 1 km. E houver proibição em lei ou decreto, determine que o veicule trafegue entre 20 e 40 km/h. Pela faixa da direita, claro!

É importante, ainda, ter roteiro para o motorista cumprir. Se houver condição, tenha alguém supervisionando a divulgação.  Especifique alguma forma de controle. Afinal, em rádio e televisão você pode ter a cópia da programação. Mas não terá isso no carro de som.

 O impacto do carro de som é fantástico, desde que saiba usá-lo a seu favor. Senão, será um investimento desperdiçado, mesmo que barato.

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