quinta-feira, 19 de junho de 2014

Papagaio de pirata na política é pra candidato esperto


Ano eleitoral é ano de muito palanque para aqueles que são candidatos. No caso específico deste ano, candidatos a deputado estadual, deputado federal, senador (e suplente, nunca anunciado), governador (e vice), presidente da República (e vice). E ano eleitoral sempre é de sufoco para a assessoria de comunicação do candidato, principalmente porque a luta é grande para se conseguir uma boa foto no palanque.

Em outra janela de comunicação alertei para o risco de ter fotógrafo na área quando se é alguém desleixado com a postura. Mas nessa janela tratamos da necessidade de ficar atento para não perder o clique do fotógrafo, inclusive para viabilizar uma boa foto para a assessoria de comunicação.

Uma colega jornalista  diz que o posicionamento do parlamentar que assessora sempre foi um problema nos palanques. Apesar de ele chegar cedo no evento e ser um dos primeiro a subir no palanque, muitas vezes perde o lugar na frente porque se dispersa conversando com outros políticos ao fundo. E não adianta tentar orientar a sua movimentação porque ele não se sente à vontade de tentar furar o bloqueio dos mais ágeis. O aplicativo WhatsApp facilitou um pouco a sua vida, porque manda mensagens de orientação ao invés de ligações inaudíveis, mas ainda não é suficiente para reduzir o estresse e conseguir boas fotos.

Por também fazer assessoria de imprensa na área política sei que muitos candidatos temem o rótulo de papagaio de pirata - aquele que sempre está por trás de alguém que está sendo entrevistado ou fotografado pela imprensa.
No dia a dia o papagaio de pirata é um problema para os repórteres, principalmente porque fazem caras, bocas e gestos engraçados por trás do entrevistado, mesmo que o tema da entrevista seja sério. No caso da política, ser papagaio de pirata é uma arte que ao mesmo tempo que lhe dará mídia gratuita, sinalizará que você faz parte do grupo do poder.

Um bom papagaio de pirata político, portanto, não pode se dispersar durante a ocupação dos espaços no palanque. Deve lembrar que o espaço na frente é pequeno. Em alguns palanques não cabe mais que 10 pessoas junto ao guarda-corpo. Quem chegar primeiro se agarra na grade e não larga pra ninguém.

Caso queira aproveitar o momento para interagir com outras lideranças, o ideal é combinar com a assessoria de comunicação para fazer a foto logo no início da ocupação do palanque - desde que as principais autoridades já tenham chegado também, senão não dará o tom de importância e poder desejado. Caso não seja possível, a opção é fazer a foto no momento do discurso do assessorado. Mas é bom lembrar que nem todos os presentes podem falar em determinados eventos ou comícios. Bom se certificar que o candidato falará.

Se não for possível como sugerido nas duas opções, a orientação é deixar a timidez de lado e pedir com jeitinho aos colegas parlamentares e candidatos que abram um espaçozinho só para que se posicione e a assessoria possa  fazer a foto desejada. Na maioria das vezes funciona. Fez a foto? Então agradeça e volte para o cantinho onde estava e procure ficar mais atento da próxima vez. Lembre-se: papagaio de pirata na política é pra candidato esperto.