quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Pqp! Meu cliente quer ler meu release antes de enviar pra imprensa.


Outro dia encontrei uma colega de profissão (jornalista) e de função (assessora de imprensa) indignada porque o seu assessorado tem pedido para ver o seu texto antes de ela disparar o release. " Parece que ele não confia no que escrevo", lamentou num misto de desolação e raiva.

Percebo que paira uma dúvida sobre alguns assessores de imprensa em relação a mostrar ou não os textos para aprovação do seu assessorado. Temos obrigação de fazer isso, afinal de contas? Ou será que concordando estamos sendo tratados como um estagiário, um principiante?

Vamos lá. Em uma redação, o repórter vai às ruas, colhe as informações e as transforma em notícia. Começa, então, a viagem do texto redigido assim que é entregue ao chefe de reportagem. Primeiro é verificado se a pauta foi cumprida. Positivo? Então segue para o editor que, se julgar necessário, passa para o redator, que fará ajustes. Apesar de a liberdade de imprensa ser tão defendida e idealizada, a depender do teor da matéria o texto ainda será analisado sob o código oculto IP (Interesse do Patrão).

Em geral é assim: se não houver modificações consistentes, a matéria é publicada com a assinatura do jornalista que fez a reportagem. No caso contrário, sairá sem assinatura do autor. Em ambos os casos o repórter tem responsabilidade sobre as informações e poderá ser acionado judicialmente por alguém que se sinta prejudicado pelo que foi publicado.  Até 2009 seria acionado através da Lei de Imprensa, revogada em 30 de abril daquele ano.

No caso da Assessoria de Imprensa, o texto tem sempre o carimbo do IP; desta vez já não oculto. O assessor, seja ele jornalista ou relações públicas, precisa estar consciente que o texto final a ser liberado em release para a imprensa - ou editado em informativo, ou mesmo postado nas redes sociais - tem o objetivo de divulgar o assessorado. Qualquer informação truncada ou entrelinhas que possam gerar outras interpretações que não a pretendida  resultarão em uma dor de cabeça indesejada. Em casos mais graves pode provocar o "rolar de cabeças"; nesse caso, a do assessor de imprensa.

Claro que há situações que o texto não carece de aprovação, a exemplo das notas sobre eventos ou meramente informativas com as perguntinhas básicas (lembre quais são clicando aqui). Mas a coisa muda de figura quando o release tem análise e opinião do assessorado. Quando este é político, então, todo cuidado é pouco. Na política, as entrelinhas tem voz ativa.

Há casos em que há uma empatia total entre assessorado e assessor, quase chegando a uma simbiose de pensamento. Tem assessor que conhece tão profundamente o modo de pensar do assessorado que sabe exatamente o que dizer em seu nome sem consultá-lo.

Se este não é o seu caso, deixe de lado o orgulho e exponha seu texto a aprovação. Ganhe a confiança do seu assessorado inteirando-se sobre tudo o que diz respeito à ele (isso vale para assessorados PF ou PJ). Mas, atenção! Seja firme e mostre ao seu assessorado que a leitura e aprovação tem que ser ágeis. Afinal, fora as redações da web, as demais tem deadline definido. E a depender do espaço que busque, pode ficar a ver navios.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Como atingir o coração do seu público alvo?


 
“Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração.”

 Esta frase de Nelson Mandela, que neste dia 18 de julho completou 95 anos – a maioria deles na luta pela liberdade, pela paz e pela democracia na África do Sul – é uma excelente referência para a comunicação.  Tem relação direta com a importância de escolher bem a linguagem e o veículo na hora de criar e enviar uma mensagem para o seu público alvo.
Já sabemos que linguagem técnica tem alcance limitado e só interessa às pessoas da própria área. Assim é o "economês", o "medicinês, "juridiquês" e muitos outros dialetos técnicos adorados por profissionais que adoram exibir conhecimento. Na comunicação, todos os dialetos técnicos devem ser deixados de lado, exceto se buscar atingir apenas um grupo específico. Se quiser que a sua mensagem alcance o maior número de pessoas possíveis, use uma linguagem mais acessível.  
Mandela disse que quando uma pessoa compreende o que ouve, a mensagem entra na cabeça dela; mas tem seu coração alcançado quando ouve uma mensagem na sua própria linguagem. O problema a ser solucionado, portanto, quando precisamos elaborar uma mensagem em uma campanha é identificar qual a linguagem própria do público alvo. Como você poderá tocar o coração das pessoas, sejam elas clientes, funcionários, colegas de profissão ou eleitores?
É importante definir qual o seu objetivo. O que você quer “vender”? Por quê? De que forma o seu propósito está alinhado com os desejos do seu público alvo? É essencial, também, saber qual o mecanismo que lhe possibilitará que o público alvo compreenda melhor a sua mensagem e abrace e compre a sua ideia. Afinal, são muitas as ferramentas de comunicação disponíveis, entre elas a infinita web e suas redes sociais.
Na maioria das ferramentas é fundamental usar, na linguagem escrita, mensagens curtas, na ordem direta e pontuação correta. Na linguagem oral, boa dicção aumenta a possibilidade de entendimento. No uso do vídeo ou a fotografia, as imagens devem estar sintonizadas com o anseio do seu público alvo. A imagem pode, e deve, falar por si só. Fuja de filmetes que exigem "doutorado" para serem entendidos. O que conquista é a identificação com a cena, com a mensagem. A emoção atrai e promove a entrega do coração.
Nelson Mandela, que ficou 26 anos preso e quatro anos depois de liberto foi eleito presidente da África do Sul e conseguiu acabar com o apartheid que obrigava os negros a viverem separados dos brancos, soube identificar a linguagem ideal para conquistar a maioria dos corações dos sul africanos.  No caso dele, foi importante já ter estado do outro lado para saber o anseio do seu povo.  Tentar se colocar um pouco no lugar do outro (do seu público alvo), ou no mínimo ouvir o outro através de uma pesquisa, facilitará a identificação da linguagem e da ferramenta ideal para transmitir a sua mensagem. Um exercício que certamente lhe trará excelentes resultados.

domingo, 26 de maio de 2013

Cuidado: tem fotógrafo na área.

Hoje quero abrir a janela para falar dos cuidados que temos que ter com a imagem durante a participação de eventos. Seja conosco, quando palestrantes, seja com nossos assessorados.

O treinamento que promovemos para que nossa clientela saiba se portar diante das câmaras e microfones da imprensa - media trainning - na maioria das vezes, até pelo curto tempo disponibilizado por eles, não aborda os cuidados que se deve ter com as câmaras fotográficas.

Não basta saber falar de forma coordenada e objetiva, com postura adequada e com olho na plateia. Sabemos que este é o objetivo de muitos gestores/diretores e outros tipos de assessorados que estão na linha de frente de uma instituição ou exercendo um mandato, participando frequentemente de eventos como membros da mesa ou palestrantes. 

Ter uma boa apresentação do tema abordado, com recursos audiovisuais de qualidade, é essencial. Usar roupa adequada ao evento, principalmente para as mulheres, também faz parte das regrinhas a serem seguidas. Saber interagir com o público, interpondo uma gracinha aqui, outra ali, ajuda a dar um clima de leveza, desde que sejam intervenções de bom gosto e sem vestígios de racismo ou preconceito de qualquer ordem.


Em "Mesas" sem mesa mulheres devem evitar saias.
Tudo isso discutimos muito. Mas é importante que haja também cuidado com a postura enquanto se está em um evento, fazendo parte ou não da mesa, principalmente se está sentado nas primeiras fileiras. Vamos listar algumas posturas inadequadas.

Ficar com o rosto apoiado na mão, seja na bochecha ou no queixo, demonstra tédio e descaso com o debate que está ocorrendo e com o palestrante da hora. Cochilar, então, é mico total.

Relaxar o corpo na cadeira, jogando-o para trás e escorregando um pouco pra baixo. Se é homem, com ou sem paletó, ou mulher, a postura é de desleixo. Além de dar a impressão de que está no sofá da sua casa, estufa a barriga. 

Cuidado para não ter momento Instinto Selvagem

Se a "Mesa" for só simbólica - usual ultimamente em posses e outros eventos mais rápidos -, o cuidado deve ser redobrado, principalmente pelas mulheres. Ir de vestido ou saias para eventos como esse exige saber sentar com elegância. Se não é o seu caso ou da sua assessorada, evite. Nada mais constrangedor que deixar aparecer a calcinha ou palmos de coxa por não se lembrar de puxar a roupa para junto da perna. Ou ver a calcinha pelo vão entre a pernas daquela que não soube sentar-se com elegância. A cada cruzada de perna a convidada pode ter seu momento Sharon Stone no filme Instinto Selvagem diante das câmaras. Aos assessores, melhor procurar com o cerimonial, com antecedência, qual o tipo de mesa que será composta, para aconselhar a assessorada sobre qual tipo de roupa vestir. Isso faz parte da preservação da imagem. 


Tudo que tem um porque: em um evento tem fotógrafos e cinegrafistas da imprensa, além da equipe da assessoria. E, ao contrário da assessoria, que buscará a melhor foto para acompanhar o seu release ou postar no site ou redes sociais institucionais, as equipes externas adoram registrar e publicar flagrantes de "autoridades", principalmente os micos por descuido da postura. Se já é complicado para mulheres do meio artístico serem flagradas com suas "intimidades" à mostra, imagine para alguém que representa uma instituição?

sexta-feira, 17 de maio de 2013

As armadilhas das distrações na comunicação

Se a revisão e a análise da mensagem, principalmente quando esta será divulgada impressa, é essencial para qualquer profissional que esteja divulgando uma ideia ou opinião, para uma instituição essa essencialidade é triplicada. O porque desse cuidado é o dano que pode ser gerado por uma palavra equivocada ou uma pontuação mal colocada.

Vejamos como exemplo a campanha que está sendo veiculada pela Defensoria Pública da Bahia em parceria com o Instituto Acelino Popó Freitas, do tetra campeão de boxe, orgulho e exemplo para muitos jovens.

Mesmo sem conhecimento do briefing (informações básicas para desenvolvimento do trabalho) passado pela instituição à agência de publicidade, percebe-se que a proposta é de estimular os jovens à prática de esportes e, consequentemente, a manterem distância da armadilha das drogas - em especial do crack.
Entretanto, por um descuido de todos os envolvidos no processo, desde a criação até a aprovação da mensagem, a campanha caiu na armadilha do nosso português.